Lembro que fui com a "patroa" (vascaína) e as crianças. Tínhamos apenas 4 meses em Braga. Convenci-a, junto com minha tropinha de Flamenguistas, a todos irmos à Praça, pois a Fla-Braga conseguiu a autorização pra passar o jogo. Muito frio para nossos padrões até então... Quando o descrédito da Patroa (não sabe o que é ser Flamengo, mas imagina! rsrsrs!) se abateu, lá pelos 35 min do 2º tempo, ela sugere: “Tá muito frio. Vamos?”. Resposta: “Nem com a guarda formada! Eu acredito!” Pouco depois, o pereba do GG (alô, Marcão! Rsrsrs!) mete aquele gol com passe do Arrasca. Já tava sem voz, com a visão escurecendo de tanto berrar... E, pouco depois, aos 91, foi mágico! O frio sumiu instantaneamente, a cerveja virou chuva, o coração saindo pela garganta e a lágrima descendo! Filhos abraçados, êxtase da família e de toda a família Fla-Braga! Inesquecível...

Foi um dia inesquecível! Começou a festa que logo se transformou num sofrimento e angústia sem fim. Para completar, perto de mim, chegou um grupo que debochava e torcia contra. Pelo sotaque acho que eram gaúchos. Fiquei cego, p… da vida! Cada lance que o Flamengo perdia os caras vibravam. Não conseguia nem assistir ao jogo direito de tanta raiva dos caras. Até que o Gabigol apareceu duas vezes para virar o jogo, e eu só lembro de xingar muito e gritar para o lado deles. Estava em êxtase, abraçava quem passava à frente, até que a adrenalina baixou e eu me acalmei feliz da vida.

Fui com minha esposa e filha para a grande final. Não conhecia ninguém de Braga fisicamente. Chegando na praça falei com alguns e tal, pois cheguei bem cedo. E tome litrão (rsrsrs!). Começou o jogo e fiquei perto do Flávio Moura, pois é " irmão" gêmeo do meu sogro. Tiramos fotos e tal. De fato, veio a final. Muito nervoso. Tomamos o gol. Não sabia quem era, mas o Rodrigo Cony me fala que viraríamos. Estava muito nervoso. Empatamos enquanto estava no chão ajoelhado agradecendo a Deus, a massa na praça explode. Eu só pulei e chorei mais ainda. Comemorei sem ter visto o gol. Fim de jogo! Peguei minha filha no colo e falei: "Filha, você viu a história do Mengão". Ela me abraçou feliz e pediu: "Pai, pega aquela bandeira lá". Fui lá e pedi o Bandeirão da Fla-Braga. Queria também pular na fonte, mas minha esposa e filha não deixaram. (Hahaha!) Aproveitamos até o último momento. Um dos últimos a sair da praça! Agradeço a Deus por ter vivido esse momento único. E obrigado a todos pela atmosfera que fizemos. Amo vocês!